sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dando aquela geral

Nada de azar por hoje. Só mesmo alguns links bem interessantes de quem passou algumas horinhas de boa na net.

Primeiro, nas artes marciais, uma demonstração de disciplina e dedicação que só os orientais conseguem:


Gente que brinca de carrinho de um jeito bem sério. Hotwheels de verdade:


Descoberto o que seria para os romanos o portal para o inferno:


Uma séria agora. Uma opinião sobre a situação da educação e um bom modelo para melhor nossa situação preocupante:


Pra acabar mostrando que talento é coisa séria que não deve ser ignorada. Maquiagem FX é uma forma de maquiagem usada em filmes. São usados diversos tipos de material e técnica para obter de simples cortes a faces completamente inumanas.







quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Chega de Fiu-Fiu - comentário sobre a questão

O problema

Estava por acaso hoje fuçando à toa na internet quando me deparei com um artigo veiculado no site da revista época sobre cantadas e assédio e a posição das mulheres sobre isso.
Sempre achei interessante, sobre tudo na minha vida, fazer mais do que dizer minha opinião. Sempre gostei mais mesmo é de tentar pensar sobre o fato, incluindo uma tentativa de chegar à origem do mesmo. Digo tentativa porque é, obviamente, muito difícil chegar ao início de algo tão complexo baseado apenas na especulação. Mas, de qualquer forma, vamos em frente.
A campanha “Chega de Fiu-Fiu” mostra impressionantes números sobre as mulheres que já receberam cantadas consideradas ofensivas ou que já foram até assediadas de alguma forma no seu cotidiano. Uma grande e interessante questão levantada com a pesquisa é o porquê da existência de tantos homens que se acham no direito de fazer atrocidades com mulheres e achar isso certo.

As roupas

Acho que a justificativa mais dada é que o respeito está relacionado com a quantidade ou tamanho das roupas que a mulher veste. Isso no meu ver faz tanto sentido quanto só respeitar o seu pai quando ele não está usando aquele pijama feio e velho que ele insiste em manter no armário. Tanto sentido quanto cruzar a rua quando você vê alguém vestido todo de preto (leia-se fã de rock, mais provavelmente fã de metal). Tanto sentido quanto achar que alguém vestido todo de preto é fã de rock ou, mais provavelmente, de metal.
Todos nós sabemos no fundo que a roupa não diz sobre o ser humano, mesmo que não demonstremos isso. Terno e gravata é a roupa do político ladrão e ao mesmo tempo a roupa daquele pai que foi respeitoso, dedicado e honesto toda a sua vida e está na igreja, diante do altar, no casamento da sua filha. Em que isso se difere da comparação entre a mulher com o shortinho curto e a mulher com uma roupa que cobre todo o corpo?
A meu ver, nada.  Acho que o respeito que falta nos homens vem de um conjunto de fatores.

1.A família

Perdi a conta de quantas vezes eu já vi pais incentivarem seus filhos que namoram a não ter fidelidade, dizendo que eles têm que “aproveitar a vida” e que esse atributo deve existir no casamento e não antes disso. Não vejo muito a diferença entre isso e tratar a mulher como um objeto. Incentivar a infidelidade, para mim, é uma forma de incentivar o homem a não tratar a mulher com o devido respeito que ela merece como ser humano que é. Sempre lutei contra isso e sempre lutarei porque acho que namoro, mesmo quando jovem, é uma relação que prepara o ser humano para relações futuras. Pergunte ao casal que está casado há mais de 50 anos (se você achar algum) se os pais deles os incentivavam a “aproveitar a vida” da forma que foi dita. Creio que não.
Incentivar a não ter compromisso sério (ou seja, não namorar sério) durante a juventude é algo bem diferente.  Apesar disso também contribui para que o jovem pule de parceiro(a) em parceiro(a) com a chance de fazer isso sem se preocupar em tratar a pessoa com respeito.
A meu ver, podem formar-se ai homens que tratam a mulher como objeto de prazer.

2.Separando

Relacionado à família, mas também à sociedade como um todo, está a forma como homens e mulheres são separados. Quantas vezes eu e você, leitor, já vimos meninas ganhando bonecas (para que elas cuidem como filhos) ou presentes relacionados a cuidados com a casa, como miniaturas de cozinha, por exemplo? Enquanto isso meninos, frequentemente, ganham kits de construção, carrinhos, bonecos de luta, entre outros. Isso, pra mim, já ajuda a incutir na cabeça dos pequenos uma separação que chega ser até de superioridade, como se as mulheres devessem cuidar de casa e das crianças enquanto os homens fazem o serviço bruto e isso fizesse dos homens superiores.
Sou do tipo que enxerga que cada grande questão começa com um pequeno passo. Vejo que esse é um pequeno passo na caminhada para a cultura do homem sendo visto como superior e dominante.
Ainda se ouve coisas do tipo: “engenharia não é profissão de mulher!”. Essa e outras coisas semelhantes vêm pra mim da mesma separação dos brinquedos ali de cima e também da separação de “rosa = meninas” e “azul = meninos” e por ai vai.
É inevitável pensarmos que tudo que temos de bom ou ruim tem um mínimo de origem na família.

3.O que vêm da mídia

Finalmente chegamos às nossas fontes de informação e entretenimento. Pare para notar o quanto de sexo e violência há nos filmes, desenhos animados, programas de televisão, livros e música na atualidade. Infelizmente já virou clichê falar uma coisa tão séria como: “o sexo e a violência hoje estão banalizados”. Quão sério é isso? Estamos em contato tão grande com cenas desse tipo que já achamos normal. Imagino que sem um controle maior dos pais, essa banalização pode levar a futuros adultos que não valorizam a intimidade e a sexualidade próprias e do próximo e que achem até que as cantadas ofensivas e o assédio são algo comum.

Concluindo

Junte todos os fatores acima e pense sobre o produto dessa junção. O relato da pesquisa feita mostra a realidade da união desses e de outros fatores que eu possa não ter citado. O que está dito no texto acima visa buscar explicações para a origem desse comportamento bárbaro dos homens e não de justificá-lo como certo ou aceitável.
Infelizmente ainda há homens que tratam mulheres como lixo. E também há mulheres que se tratam como lixo, como a personagem principal de Cinquenta Tons de Cinza (pelo menos no primeiro volume da série), que infelizmente tem inspirado tanta gente por ai. Curiosidade: a autora dessa obra é uma mulher.
Creio que haja homens de respeito ao redor desse mundo (mesmo que sejam poucos) e que sê-lo é QUESTÃO DE QUERER. Eu, pessoalmente, sou um dos que querem e tentam todos os dias, sempre se questionando sobre o que pensam, o que falam e o que fazem.  Não quero e não acho que seja preciso falar sobre quão essenciais são as mulheres para todo e qualquer homem em todos os momentos da sua vida.
Tenho certeza que ignorantes são os que não percebem como a mulher e o homem são igualmente capazes, igualmente de valor e que, como seres humanos, querem e merecem respeito. Aliás, não importa o sexo, a cor, o credo, a origem ou a condição social todos querem e merecem ser respeitados. Eu sei que essa frase foi clichê, mas é como digo: se fosse assim tão pobre e obvia não precisaria ser dita.








domingo, 3 de março de 2013

Cidade Maravilhosa


  
                           (foto tirada por mim)


Apenas o terceiro post esse ano. A falta de ideias que está até escrita no post de janeiro deste ano já durou mais do que eu gostaria. Então vamos lá...

De férias do trabalho fui de viagem ao Rio de Janeiro e me impressionei.

Já tinha ido algumas vezes mas fazia muito tempo que não ia especificamente para turismo e nunca tinha ido sozinho. Então dessa vez pude ver e reparar muitas coisas que não me chamariam a atenção antigamente.

A primeira coisa que se repara, não podia ser outra senão a beleza da cidade. Cidade maravilhosa parece bastante adequado quando se está aos pés do cristo redentor, observando boa parte da cidade e da natureza que a cerca.

Rio de Janeiro que é muitos “rios” ao mesmo tempo. Pude visitar a lapa, a urca, o centrão, além da tão famosa copacabana. Vi nesses lugares, quatro caras bem distintas da cidade, desde a jovem e boêmia lapa até a calma e quase interiorana urca, onde, por sinal, moram Lenine e Roberto Carlos (e possivelmente outros famosos).  

Nem mesmo o calor úmido, que dava uma sensação de quase 50°C, atrapalhou o passeio.

Mas, infelizmente, como não podia deixar de ser nesse nosso amado Brasil veranil, não foi só essa parte boa que impressionou.

Pegando ônibus e lidando diretamente com as pessoas em diversos lugares, pude ver como os cariocas que trabalham com serviços são rudes e impacientes. Me assustei algumas vezes com respostas que mais pareciam ofensas ou brigas a simples perguntas de direção ou de preço de um produto. Vi até um estrangeiro fazendo uma cara de espanto e surpresa ao receber uma resposta que, mesmo não compreendendo totalmente, percebeu ser bastante grosseira.

Uma vergonha para a cidade que vai receber olimpíadas e que já recebe hoje tantos turistas. Por falar neles, a parte do estrangeiro não ter compreendido a resposta que lhe haviam dado me leva à outra surpresa. Mesmo o Rio, que é provavelmente a principal cidade brasileira para o turismo internacional, não está nada preparada para receber turistas. Os mesmo funcionários da área de serviços, além da “delicadeza” falada acima, não sabem se comunicar com os estrangeiros.  

Isso sem citar a já conhecida sujeira. Muitas partes turisticas do Rio são sujas demais para uma cidade tão importante.

Uma cidade que é vista no exterior como a imagem, o cartão de visitas, do Brasil, uma cidade que vai receber as olimpiadas e, portanto, vai receber autoridades, atletas e turistas de todo o mundo não podia ser assim. Mesmo sabendo como é esse nosso querido país, disfuncional, enrolado e corrupto, espera-se mais em relação a uma cidade que é vendida (pelo próprio governo) como o cartão de visitas do país.

As fotos tiradas me mostram a parte linda da cidade. Coisas que definitivamente não vou esquecer e que quero ver de novo um dia. Mas, infelizmente, na mente vem essa parte ruim e preocupante que me faz perguntar: se uma de nossas principais portas de entrada é assim, o que será que os estrangeiros pensam da gente?

Baixo






Baixo. Instrumento que, geralmente, tem quarto cordas e que, atualmente, tem configuração visual semelhante à da guitarra elétrica. Instrumento responsável por produzir os sons graves na música (principalmente fora do mundo das orquestras e big bands). Tido em algumas definições como o instrumento responsável por conectar harmonia e ritmo ( no caso do rock isso quer dizer guitarra e bateria ) e também por definir o pulso da música.

Uma definição em muitos casos, na minha opinião, é feita simplesmente pela necessidade de definir. Algo que acho que sentimos muito. Sentimos vontade de definir, separar e classificar as coisas como forma de organizá-las.  A definição apresentada, como muitas outras pra mim, não traz muito sobre esse instrumento incrível.

Acho que muitas bandas de muitos e diversos estilos, infelizmente, usam o baixo seguindo bem essa definição. O baixo está lá para conectar guitarra e baixo apenas. Muitas boas bandas que possuem virtuosos baixistas às vezes fazem isso. Com frequência o baixo nem mesmo aparece.

Fui uma vez ao show de uma banda em BH que, mesmo quando as duas guitarras  se uniam para fazer melodias com dobra ( duas guitarras ao mesmo tempo ), o baixo não aparecia. O baixo estava inaudível, jogado ao fundo para de vez em quando dar as caras.

Quando comecei a gostar do baixo como instrumento ainda tocava e ouvia praticamente só rock / metal. Queria muito comprar uma baixo na época, mas acabei sendo convencido por um amigo a mudar de ideia. Foi uma excelente coisa. Talvez se eu tivesse continuado com a ideia acabaria por desistir depois, visto que, como dito acima, o baixo no rock não costuma ser muito importante.

Anos depois, mais precisamente 5 anos depois, tive oportunidade de tocar na banda Joupive (www.joupive.com.br) que toca funk americano e tive contato com um estilo onde o baixo manda. Eu, que já era mais exigente com o baixo, desde então, comecei a ficar ainda mais quando me aprofundei no funk americano, soul music e jazz.

Fui descobrindo que a definição é realmente muito vaga. O baixo pode e deve ser usado e abusado como um instrumento importante e (porque não?) até principal na música. Explorar esse instrumento pode gerar resultados absolutamente únicos. Sons novos, músicas novas, ricas e como a gente diz na música: preenchidas.

No caso da banda ali em cima, a música seria preenchida se, quando as guitarras dobrassem, o baixo aparecesse em alto e bom som mantendo a música lá, clara e definida. Você não sente que algo está faltando quando a música é bem preenchida. Mesmo se um dos instrumentos parar. 

Felizmente há muitos bons exemplos disso ai como as bandas Rush, Motorhead e Tarot (na maioria das músicas). Fora do rock podemos citar o Jamiroquai como um grande exemplo do baixo como instrumento essencial e principal em muitas músicas.

Segue ai uma pá de bons exemplos do baixo sendo usado como ele merece:

Rush – YYZ

Motorhead – Ace of Spades

Tarot – Pyre of Gods

Jamiroquai – Travelling Without Moving

Em geral, as bandas citadas são bons exemplos . Há ainda outros exemplos dentro de vários estilos ao longo do mundo.

O que importa é: o baixo pode perfeitamente ser o centro de uma música, tendo os outros instrumentos para acompanhar.  Não existe teoria, fórmula, definição para chegar num resultado desse. Então, o que penso disso é que ser baixista significa tentar explorar a riqueza do instrumento, fugir do óbvio, fugir do fácil e se dar um tempo para pensar e trabalhar a sua parte na música. Essa é a única forma de sair do fundão da banda e da função de pouca ou nenhuma importância que, infelizmente, atinge a maioria dos baixistas por ai. 



domingo, 13 de janeiro de 2013

NOSTALGIA


Um tempão sem escrever. Falta de ânimo e de ideias mesmo. Acontece com todo mundo infelizmente. Quem cria (ou tenta) sempre acaba caindo nessa. Chega uma hora que você tem que dar um descanso para as ideias.

Hoje estava pesquisando rock dos anos 80 (e de outras décadas também) e fui fuçando achando coisas ótimas. Coisas conhecidas que não lembrava ou não sabia o nome.

Fico ouvindo e sentindo como o rock antigo parece mais novo, mais autêntico, mais natural do que hoje em dia. Mesmo eu gostando muito das bandas atuais me dá uma sensação de que o rock antigo era menos pensado e era mais natural. Como se fluisse do músico e não fosse tão planejado.

Essas ideias e sensações às vezes parecem a mim mesmo absurdas mas não consigo evitá-las. Me lembro agora de uma coisa que ouvi hoje mesmo de um amigo após tocarmos algumas músicas. Ele disse que quando surge um estilo (estavamos falando de metal) as melhores bandas geralmente são as primeiras e que muitas das outras tendem a ser repetitivas em relação às primeiras.

Com isso na cabeça imagino que esse rock mais antigo era literalmente mais original. Não havia tantas opções como há hoje.
Com o tanto que já foi feito fica uma dificuldade enorme que a cada ano só aumenta. Como realmente marcar a história do rock quando tão pouco é verdadeiramente novo? Esse é o desafio de todas as bandas e músicos novos que tentam firmar seu espaço. Uma tarefa árdua que exige doses cavalares de talento, estudo, preparo, esforço e sorte.

Como fã do rock como um todo fica a vontade de um dia conseguir fazer algo tão bom e ao mesmo tempo tão simples como se fazia antigamente. Para então justificar o titulo nostalgia segue ai uma pá de exemplos do rock antigo que ainda é tão bom (mesmo pra mim que não vivi para ver essas músicas em seu auge):

Heart - Alone

Roxette – Listen To Your Heart

Cindy Lauper – Time After Time

Pat Benatar – HeartBreaker (Essa eu não conhecia mas gostei):

Survivor – Eye of The Tiger

Europe – Final Contdown

Faltam provavelmente dezenas de boas bandas sem contar clássicos como AC/DC, Led Zeppelin e outros. Então, você que gosta dessa época e/ou que viveu essa época ajude-me a enriquecer essa lista com outros grandes exemplos do rock antigo.





quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Credibilidade



Hoje vou falar sobre uma coisa totalmente pertinente à minha realidade. Acho que posso chamar de credibilidade isso que os médicos, para mim, não tem mais.

Desde pequeno tenho crises de tosse que duram meses e nenhum médico conseguiu até hoje entender e dar uma solução. Em muitos dos casos a tosse é disparada pela gripe então o natural dos médicos é receitar medicamentos contra a famosa “virose”. Todos que já foram ao médico sabem que hoje em dia essa é a resposta padrão que eles tem. Ficamos então sem saber se realmente existem tantas viroses assim ou se é falta de conhecimento e interesse dos médicos com relação aos pacientes. Sou levado a acreditar na segunda opção pelo fato de muito raramente uma consulta com um médico resultar em uma solução para o que sinto. Olha que já consultei médicos quando estava simplesmente tossindo ( depois da gripe passar ).

Não só isso. Sempre senti dores pelo corpo todo desde que passou aquela época que os homens vivem de crescer muito em um ano ou dois. Essas dores nunca passaram com os esportes e quando parei de fazer atividades físicas elas não chegaram a diminuir ou mudar muito. Por quase uma década insisti que não era simplesmente dor de crescimento como os médicos alegavam. Finalmente, um médico, que já havia dado esse diagnóstico vários anos atrás, percebeu que não fazia sentido que eu, com 23 anos de idade, estivesse sentindo dores de crescimento e percebeu que eu deveria ter algo diferente.

Um encurtamento muscular provavelmente herdado da família agravado pela falta de atividade física.  Ele disse até que, talvez, atividades de impacto como corrida e futebol pudessem ter agravado meu problema se eu praticasse. Receita? Reeducação Postural Global ( RPG ). Fiz o RPG e funcionou. Nada mais de dores. A medicina foi eficiente, em termos, dessa vez.

Mesmo assim me pergunto, vista a resposta do médico e os resultados do RPG, se um pouco mais de cuidado e observação não teriam me poupado de anos de dores. Uma década de dores todos os dias em diferentes pontos do corpo. Há que se lembrar que o tal médico, quando da primeira vez me diagnosticou com “dores de crescimento”,  demorou não mais do que dez minutos para dar a “solução” do problema.

Vejo ao meu redor pessoas com problemas de saúde que não passam ou com com diferentes problemas que se alternam num ciclo sem fim e pergunto: Por Que?

Como professor tenho sentido dores de garganta ultimamente e fui consultar com um otorrinolaringologista. A consulta durou menos de 10 minutos. Nesse tempo ele me perguntou sobre o problema, olhou por alto minha garganta e nariz e me indicou um exame. Me pergunto: como os médicos podem determinar em 10 minutos todos os problemas possíveis que você tem?

Credibilidade. Como posso acreditar, quando vejo e sinto na pele a distância entre os diagnósticos e a solução para os problemas?
Cada vez mais acredito que está e sempre esteve na natureza e na nossa mente a solução de todos os nossos problemas. Difícil é colocar em prática, porque demanda uma alimentação impecavelmente saudável e uma grande quantidade de força de vontade e treinamento mental.

Felizmente ainda existem alguns poucos bons médicos por ai como um clinico geral que consulto com frequência e consultarei semana que vem. O nome dele é Anibal José Campos Pacheco. Acredito nele como não acredito em nenhum outro. Um médico que sabe muito de tudo e que, além disso, é cantor de coral. Um médico interessado em você que te pergunta todas as coisas imagináveis e não imagináveis ( até a sua profissão ele anota ).

Vendo esse médico fica a esperança que venham a aparecer mais médicos como esse e que ainda existam no futuro alguns em quem possamos confiar. Nesse meio tempo vamos nos virando na incerteza, com medo do que pode aparecer em seguida.

PS: Minha tosse só passa com xarope natural feito com medidas iguais de suco de limão ( puro ), conhaque e mel. Tomando um colher de vez em quando. Nada recomendado pelos médicos. Talvez seja essa a solução!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Loucura



Acabei de assistir o programa “A Liga” que, no episódio de hoje, visitou hospitais psiquiátricos e conversou com pacientes e terapeutas. Dois dos apresentadores passaram 24 horas num hospital, acompanhando e participando da rotina, conversando (com pacientes e profissionais) sobre o que era estar ali, como eles chegaram e como eles se sentiam.

Chocante, contundente, triste, revoltante, mas com uma pitada de esperança. É só assim que posso descrever o que vi.

De certa forma, o que mais me impressionou não foi a rotina deles e o quão trabalhoso é cuidar daquelas pessoas. O que mais me impressionou foi perceber o quão lúcidas aquelas pessoas estavam sobre a sua condição e sobre a posição do mundo externo com relação a eles. Vários demonstraram e disseram que foram discriminados, rejeitados e até maltratados pelos familiares e amigos. Vários estavam naquela situação havia décadas.

Gostei muito da abordagem do programa de mostrar tanto o ponto de vista do terapeuta quanto do paciente sobre o local, sobre a história de cada um, sobre os problemas, tratamentos e as reações individuais.

Vida com dignidade. É isso que eles estão ali alcançando a cada dia, dando, para isso, passos pequenos e constantes. Foi possível ver pessoas que sofrem, mas que seguem lutando para melhorar e alcançar a tão sonhada alta. Poder um dia viver fora dali, fora de uma vida que nenhum deles adotou por prazer e vontade própria, fora de uma vida que não deixa de parecer uma prisão, como disse uma paciente.

Igualmente impressionante foi ver como a presença externa no ambiente deles trouxe excitação. Os apresentadores, que ficaram 24 horas com os pacientes, disseram ao final ter aprendido sobre afeto, amizade e criatividade. Eu poderia acrescentar também humanidade. Trazer um estimulo que os faça sentir mais humanos, queridos, importantes, únicos, vivos.

Pergunto-me, como o programa propôs, qual é a fronteira entre a sanidade e a loucura. Pergunto-me se somos nós os loucos ou eles. E digo que, essas perguntas vêm do fato de que, ao tratarmos essas pessoas com desprezo e preconceito estamos piorando a vida delas. Estamos prejudicando o árduo processo pelo qual passaram para a melhora.

Se somos todos humanos, cidadãos, livres e de igual direito, porque não darmos a essas pessoas o devido tratamento? O hospital mostrado na reportagem provavelmente é um bom centro de referência no assunto. Imagine o que deve existir de pior por esse nosso enorme país? Imagine pacientes à mercê de funcionários despreparados, em locais insalubres que não fornecem nada que seja de auxilio à melhora?

“A humanidade é desumana”.........acho que já vimos algo desse tipo por ai, não é mesmo? Vejo que não há mentira alguma nessa frase. Clichês algumas vezes dizem o que insistimos em não ouvir. Acho que é esse o caso.

Com um pouco de atenção, paciência e carinho vários pacientes se mostraram alegres e quem sabe o que essa alegria vai mudar em seu tratamento? Quem sabe talvez mais um passo em direção ao sonho da vida exterior? Ver humanidade em meio àqueles que estão à margem da sociedade devia ser motivo de vergonha para todos nós.

Explicando os sentimentos do início só posso dizer que me sinto triste porque essas pessoas tem que passar por tanto sofrimento, revolta por imaginar como são deixadas de lado por todos nós, mas esperança ao ver que podemos mudar isso com pouco.

Minha forma de ver essas pessoas nunca mais vai ser a mesma. Admiro muito mais agora os profissionais competentes que trabalham nessa área. 

Como concluir sobre algo tão contundente e chocante? A mistura de sentimentos que me tira as palavras e me trás lagrimas, só me permite dizer que loucos devemos ser nós que abandonamos quem mais precisa às margens da vida.